domingo, 30 de agosto de 2009

Perspectiva-se mudança politica (histórica) no Japão

Os Japoneses ao fim de 50 anos vão hoje dizer -
as sondagens parecem dar indicações seguras disso -
não ao poder politico liberal que os governou durante tantos anos.
Motivo: o esgotamento do modelo económico e social liberal.
É o fim do "milagre económico".
Caberá no futuro aos democratas (PDJ), os vencedores previsíveis,
dar a volta à profunda crise que se instalou, a todos os níveis, na sociedade Japonesa.

Saudades da Mafalda


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Qualidade urbanística, lá como cá ...

(Igreja de los Jerónimos)

Bem no centro da cidade de Madrid.
Uma situação (caos) cuja ocorrência, infelizmente, é também frequente em Portugal.
Também nisto somos parecidos.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Centralidade Ibérica

(Km 0 - Plaza de la Puerta del Sol, Madrid)

Do ponto de vista geográfico é aqui que se situa o centro da península ibérica.
Do ponto de vista económico e numa perspectiva ibérica e comunitária é aqui que se decidem as questões mais relevantes.
Também socialmente e culturalmente é aqui que se realizam os acontecimentos mais importantes.
Resta à politica entender - esperamos não tardiamente - as realidades e agir em conformidade.

domingo, 23 de agosto de 2009

O mito do "homem avaliado"

Tempo de férias, tempo para descansar, mas também tempo para pôr algumas leituras em dia e sobretudo para alinhavar algumas ideias. Foi nesta disposição que surgiu este texto, o qual organizámos em três fases, a saber: (1ª) a crise globalizada e a sua eternização; (2ª) em Busca da Identidade – o desnorte – um texto de reflexão de José Gil; (3ª) uma entrevista recente publicada no jornal O Público, também oportuna, a António Guterres enquanto Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados.

Pois bem, lido e relido o material, tirados os apontamentos concomitantes passámos ao texto propriamente dito:

(a) A crise financeira e económica globalizou-se e com isso veio ao de cima as debilidades dos sistemas e descobriram-se as fraudes e as suas profundas causas.
Descobriu-se que por detrás desta crise existem problemas culturais por resolver.
Descobriu-se também que o sistema capitalista, afinal, tem enormes debilidades, que a crise veio para ficar e o amanhã, pós-crise, será necessariamente diferente;

(b) No contexto identitário José Gil considera que o desnorte provém do facto de termos feito da identidade o território da subjectividade e esforçarmos por resistir ao fora que aí vem do exterior ou do interior, que ameaça destruir as nossas velhas subjectividades. Na sua opinião a única maneira de remover o obstáculo da identidade é deixarmos de ser primeiro portugueses para poder existir primeiro como homens.
Considera também que o trauma salazarista foi enorme, de facto um ditador delirante tem condições para realizar socialmente o seu delírio, não vai para o manicómio, mas é a sociedade que se torna um manicómio, ás vezes quase imperceptivelmente. Foi o que aconteceu, além do mais caímos num labirinto de dúvidas e incertezas em que adoptámos a fuga para a frente na busca das soluções exteriores para os nossos problemas. A Europa (UE) foi disso um exemplo,
nós não entrámos na Europa, a Europa entrou por nós dentro.
A crise das ideologias e a ausência do modelo de desenvolvimento veio agravar os nossos problemas e como consequência veio contribuir ainda mais para a nossa pobreza material
. Hoje estamos nas lonas e a nossa classe politica está-se nas tintas para o que vier. Não coloca obstáculos, a palavra-de-ordem é a sobrevivência custe o que custar, inclusive mesmo que isso ponha em causa a perde de direitos conquistados pela sociedade arduamente. Inclusive a questão da força do trabalho continua a ser observada e analisada tradicionalmente e não, como muito bem diz Gil, no contexto de novas relações sociais e novos modos de vida segundo os quais o trabalho imaterial vai levar a uma transformação profunda da sociedade e dos tipos de governação...
O conteúdo do trabalho, hoje, implica a produção da vida....O salário já não pode ser definido como o que é socialmente necessário para a pura reprodução da força de trabalho (conforme disse e escreveu Marx). A força de trabalho já não é mensurável como antigamente. Agora o valor de trabalho, porque imaterial, não é calculado da mesma maneira, porque a reprodução das forças do trabalhador não diz respeito apenas às forças físicas (quantidades) mas antes a forças culturais produtoras de bens imateriais. Cada vez mais será mas difícil quantificar.
Recorrer, em tempos de crise, às velhas formas de avaliação quantitativa das forças de trabalho parece-me um clamoroso erro. Ninguém tolera pacificamente a perda de rendimentos e de direitos e muito mais quando estes não são a verdadeira causa dos problemas. O homem avaliado (quantificado) não é a solução;

(c) António Guterres (Alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados) no seguimento da sua já longa caminhada humanitária veio, recentemente, numa entrevista ao jornal “Público” de 22/07/09 chamar a atenção para alguns aspectos da vida no mundo actual. No essencial Guterres disse o seguinte e passo a citar o que me parece mais interessante para este texto:
- ... Deve ser dado aos problemas humanos a mesma atenção que é dado aos problemas financeiros;
-... Os últimos 10 anos foram de retrocesso nas relações internacionais. É preciso globalizar os direitos humanos e tentar de novo colocá-los no centro da agenda mundial;
- ... A mesma comunidade internacional que se viu obrigada a gastar centenas de milhares de milhões para salvar o sistema financeiro, deveria também sentir-se obrigada a salvar as pessoas que estão num grau desesperado de necessidade;
- ... Normalmente o financeiro recebe sempre mais atenção que o económico, o económico mais atenção que o social e o social mais atenção que o humanitário;
- ... Actualmente os países mais pobres são aqueles que estão a acolher os refugiados. Nos países mais ricos cada vez há mais xenofobia;
-... A Europa não pode esquecer a sua tradição democrática e humanitária, Será inconcebível que a Europa deixe de ser um continente de asilo. No momento em que todas as sociedades, e em particular as europeias, inevitavelmente se transformem em sociedades multiétnicas, multiculturais e multirreligiosas, será essencial que as pessoas aprendam a viver e a respeitar-se umas às outras – não há alternativa;
-... A Europa tem estado a perder tempo. Em 1º lugar o seu projecto político não se tem afirmado. Em 2º lugar a capacidade de resposta dos europeus face á crise foi mais lenta que a dada pelos EUA e China – fundamentalmente quanto à EFICÁCEA. Em 3º a Europa tem perdido, nesta crise, capacidade de influência. Por último e em 4º lugar na Europa estão a surgir atitudes xenófobas;
-...No futuro a crise mais difícil de resolver será a social ;
- ... Há um retrocesso nas responsabilidades de proteger. A soberania dos estados voltou a afirmar-se face à soberania das pessoas. A explicação é a intervenção no Iraque;
- ...Houve uma mudança na politica americana (Obama é uma condição necessária mas ainda não sabemos se é suficiente). O mundo mudou muito e é impossível voltar a trás. Vamos ver como vão ser as novas dinâmicas e como é que elas podem levar a que os direitos humanos possam voltar a estar no centro das atenções e preocupações internacionais. É essencial trazer para a liderança destas questões novos paradigmas para a defesa dos direitos humanos, países como a Índia, Brasil e África do Sul vão ser essenciais os seus contributos;
-... A reforma da ONU é essencial para a questão do multilateralismo, para a sua afirmação;
O Mundo é cada vez mais multipolar , termina assim António Guterres.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A propósito do cargueiro desaparecido...

(o cargueiro "Artic Sea" )
Recentemente foi noticia relevante o desaparecimento, em águas comunitárias, de um cargueiro de propriedade Letónia, fretado por uma empresa finlandesa e com bandeira de Malta. A tripulação era constituída por 15 marinheiros de nacionalidade russa.
Segundo a Comissão Europeia o navio terá sido assaltado por duas vezes. Uma em águas suecas e outra em águas portuguesas.
O navio veio a ser localizado em Cabo Verde e terá sido descoberto por navios de guerra russos, os quais terão sido, previamente, mandatados para o efeito.
A tripulação e assaltantes (parecem ser piratas da Europa de leste) estão em boa saúde e encontram-se neste momento a ser interrogados pelas autoridades russas.
O navio transportava madeira e dirigia-se para a Argélia.
Este caso é no mínimo misterioso e certamente irá ser futuramente objecto de intervenção especializada a diversos níveis. Desde logo, levanta várias questões as quais tem a ver com a jurisdição, administração e gestão das águas marítimas pertencentes aos países da União Europeia.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Violação dos Direitos Humanos na Birmânia

A líder do movimento Democrático da Birmânia (país com 48 milhões de habitantes) e Prémio Nobel da Paz foi condenada a 3 anos de trabalhos forçados pela Junta Militar daquele país.
Motivo da condenação de Aung San Sun Ky, o facto de a líder democrática não ter "respeitado" o arresto domiciliário determinado pela Junta.