Passaram 36 dias desde que a Rússia invadiu a Ucrânia um país soberano e fronteiriço dos países da Ex União Soviética e hoje membros – de pleno direito - da União Europeia.
Destruição,
muita destruição, nas principais cidades incluindo a capital (Kiev). Terror,
muitas mortes, e o êxodo de muitos milhões de ucranianos à procura de
territórios mais seguros no interior do seu país ou então – os que conseguiram
– nos países vizinhos. À data saíram do país 4 milhões, mulheres e crianças na
sua maioria. Os homens ficaram a combater (heroicamente) na defesa do seu país.
No
dia 24 de fevereiro, data do início da guerra Putin, o mundo mudou tendo como
seu epicentro de mudança, mais uma vez, a europa. O velho continente tão
fustigado ao longo da sua história pelas guerras, divisões de povos e
territórios e claro muitos milhões de mortes, viu agora nascer um conflito
entre duas nações soberanas. Uma, a maior nação da europa (invasor)a outra, uma
nação mais pequena em território e população(invadida). A desproporção de meios
– capacidade militar - é tão evidente que de imediato foi classificado o
conflito como uma luta, provocada e iniciada pelo gigante Golias contra o
pequeno David. A reação imediata da ONU, em assembleia geral, foi a de condenar
a invasão, tendo apenas votado contra a Resolução cinco países: Bielorrússia,
Síria, Coreia do Norte, Eritreia e a própria Rússia Os 11 pontos da Resolução
aprovada por 141 países foram os seguintes: 1- Reafirma o compromisso com a soberania, independência,
unidade e integridade territorial da Ucrânia dentro de suas fronteiras
internacionalmente reconhecidas estendendo a suas águas territoriais.
2. Deplora, nos termos mais fortes,
a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia em violação com o Artigo 2 da
Carta da ONU.
3. Exige que a Federação Russa cesse
imediatamente o uso da força contra a Ucrânia e se abstenha de qualquer outra ameaça
do uso da força contra qualquer país-membro.
4. Exige que a Federação Russa
retire todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas
fronteiras, internacionalmente reconhecidas, de formas imediata, completa e
incondicional.
5. Deplora a decisão da Federação
Russa de 21 de Fevereiro de 2022 relacionada ao status de certas áreas das
regiões da Ucrânia, Donetsk e Luhansk, como uma violação da integridade
territorial e da soberania da Ucrânia e como inconsistente com os princípios da
Carta.
6. Exige que a Federação Russa
reverta, imediatamente, a decisão relacionada ao status de certas áreas das
regiões da Ucrânia de Donetsk e Luhansk.
7. Pede à Federação Russa que cumpra
os princípios da Carta da ONU e a Declaração de Relações Amistosas.
8. Conclama todas as partes a
cumprir os Acordos de Minsk e coopere de forma construtiva em estruturas
internacionais relevantes, incluindo no formato da Normandia e do Grupo de
Contato Trilateral, em direção a sua implementação integral.
9. Exige que todas as partes
permitam a passagem segura e livre a destinos fora da Ucrânia e a facilitar o
acesso rápido, seguro e desimpedido à assistência humanitária para todos que
precisam na Ucrânia, a proteger civis incluindo o pessoal humanitário e as
pessoas em situações vulneráveis entre elas melhores, idosos, pessoas com
deficiência, indígenas, migrantes e crianças, e a respeitar os direitos
humanos.
10. Deplora o envolvimento da
Belarus nesse uso ilegal da força contra a Ucrânia e conclama a Belarus a cumprir
com suas obrigações internacionais.
11. Condena todas as violações da
lei humanitária internacional e as violações e abusos dos direitos humanos, e
pede a todas as partes que respeitem estritamente as provisões relevantes da
lei humanitária internacional incluindo as Convenções de Genebra, de 1942.
Passados
36 dias Putin continua na sua cavalgada louca no desrespeito absoluto da
Resolução, mas, cada vez mais enfraquecido militarmente e isolado politicamente
na senda internacional. Ao invés a Ucrânia, com o apoio das Democracias
ocidentais, resiste e fortalece os seus laços de nação independente e consolida
a sua posição internacional.
Longe
do seu fim, este conflito já definiu claramente os opositores em presença: De um lado, os que acreditam nos princípios
essenciais de um estado de direito democrático; e do outro os que acreditam nos
princípios e direitos autocráticos que suportam os estados totalitários.
De
momento os primeiros estão em clara vantagem, sendo bem possível, que mais uma
vez, o pequeno David vença o grande Golias.