quinta-feira, 31 de março de 2022

A guerra entre o pequeno David e o gigante Golias

 

Passaram 36 dias desde que a Rússia invadiu a Ucrânia um país soberano e fronteiriço dos países da Ex União Soviética e hoje membros – de pleno direito - da União Europeia.

Destruição, muita destruição, nas principais cidades incluindo a capital (Kiev). Terror, muitas mortes, e o êxodo de muitos milhões de ucranianos à procura de territórios mais seguros no interior do seu país ou então – os que conseguiram – nos países vizinhos. À data saíram do país 4 milhões, mulheres e crianças na sua maioria. Os homens ficaram a combater (heroicamente) na defesa do seu país.

No dia 24 de fevereiro, data do início da guerra Putin, o mundo mudou tendo como seu epicentro de mudança, mais uma vez, a europa. O velho continente tão fustigado ao longo da sua história pelas guerras, divisões de povos e territórios e claro muitos milhões de mortes, viu agora nascer um conflito entre duas nações soberanas. Uma, a maior nação da europa (invasor)a outra, uma nação mais pequena em território e população(invadida). A desproporção de meios – capacidade militar - é tão evidente que de imediato foi classificado o conflito como uma luta, provocada e iniciada pelo gigante Golias contra o pequeno David. A reação imediata da ONU, em assembleia geral, foi a de condenar a invasão, tendo apenas votado contra a Resolução cinco países: Bielorrússia, Síria, Coreia do Norte, Eritreia e a própria Rússia Os 11 pontos da Resolução aprovada por 141 países foram os seguintes: 1- Reafirma o compromisso com a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas estendendo a suas águas territoriais.

2. Deplora, nos termos mais fortes, a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia em violação com o Artigo 2 da Carta da ONU.

3. Exige que a Federação Russa cesse imediatamente o uso da força contra a Ucrânia e se abstenha de qualquer outra ameaça do uso da força contra qualquer país-membro.

4. Exige que a Federação Russa retire todas as suas forças militares do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras, internacionalmente reconhecidas, de formas imediata, completa e incondicional.

5. Deplora a decisão da Federação Russa de 21 de Fevereiro de 2022 relacionada ao status de certas áreas das regiões da Ucrânia, Donetsk e Luhansk, como uma violação da integridade territorial e da soberania da Ucrânia e como inconsistente com os princípios da Carta.

6. Exige que a Federação Russa reverta, imediatamente, a decisão relacionada ao status de certas áreas das regiões da Ucrânia de Donetsk e Luhansk.

7. Pede à Federação Russa que cumpra os princípios da Carta da ONU e a Declaração de Relações Amistosas.

8. Conclama todas as partes a cumprir os Acordos de Minsk e coopere de forma construtiva em estruturas internacionais relevantes, incluindo no formato da Normandia e do Grupo de Contato Trilateral, em direção a sua implementação integral.

9. Exige que todas as partes permitam a passagem segura e livre a destinos fora da Ucrânia e a facilitar o acesso rápido, seguro e desimpedido à assistência humanitária para todos que precisam na Ucrânia, a proteger civis incluindo o pessoal humanitário e as pessoas em situações vulneráveis entre elas melhores, idosos, pessoas com deficiência, indígenas, migrantes e crianças, e a respeitar os direitos humanos.

10. Deplora o envolvimento da Belarus nesse uso ilegal da força contra a Ucrânia e conclama a Belarus a cumprir com suas obrigações internacionais.

11. Condena todas as violações da lei humanitária internacional e as violações e abusos dos direitos humanos, e pede a todas as partes que respeitem estritamente as provisões relevantes da lei humanitária internacional incluindo as Convenções de Genebra, de 1942.

Passados 36 dias Putin continua na sua cavalgada louca no desrespeito absoluto da Resolução, mas, cada vez mais enfraquecido militarmente e isolado politicamente na senda internacional. Ao invés a Ucrânia, com o apoio das Democracias ocidentais, resiste e fortalece os seus laços de nação independente e consolida a sua posição internacional.      

Longe do seu fim, este conflito já definiu claramente os opositores em presença:  De um lado, os que acreditam nos princípios essenciais de um estado de direito democrático; e do outro os que acreditam nos princípios e direitos autocráticos que suportam os estados totalitários.

De momento os primeiros estão em clara vantagem, sendo bem possível, que mais uma vez, o pequeno David vença o grande Golias.

 


sexta-feira, 25 de março de 2022

Viver em liberdade

No século passado vivemos 17.499 dias em ditadura – tendo conhecido dois primeiros-ministros, António Oliveira Salazar e Marcelo Caetano. Hoje decorreram 17.501 dias vividos em democracia e os primeiros-ministros escolhidos, em resultado de eleições livres, foram 17 (incluindo o actual). Em 25 de abril de 1974, Portugal era o país mais atrasado da Europa, um em quatro portugueses não sabia ler, em 2020 a taxa de analfabetismo situava-se em 5,23% da população residente em Portugal, verificando-se também que no grupo etário 25 – 64 anos, 59,4% das mulheres e 52,4% dos homens possuem o nível de ensino secundário.

Passados 48 anos os portugueses continuam a pensar que “a liberdade continua a passar por aqui”, paulatinamente, num sonho permanente de viver em liberdade.

 


quarta-feira, 16 de março de 2022

Mensagem de ano novo

 

No início do ano tem sido nossa regra fazer previsões para o ano em que acabámos de entrar. Este (2022) vai ser difícil de equacionar, as incertezas são imensas e nesta conformidade convém não arriscar. Prova disso: a guerra que Putin iniciou na Ucrânia, para muitos foi uma novidade demasiado imediatista, cujo desfecho, nesta data, é imprevisível; a pandemia Covid19 e suas diversas variantes tem também criado demasiadas interrogações, tarda em saber-se quando a doença passa a endemia e assim possamos ficar mais descansados.

Portanto, estas são preocupações que nos darão, certamente, razões suficientes para nos ocupar, bem como, em consequência, outros assuntos associados (económicos e sociológicos).

Por último o desporto, principalmente o futebol, também nos dará algumas oportunidades de manifestarmos a nossa opinião.  

Um pouco atrasado resta-me desejar a todos um  bom ano (o melhor possível) para 2022. 


21 dias de guerra

 


Ponto de situação (aspectos mais relevantes, entre outros):

  - + de 3 milhões de ucranianos viram-se obrigados a sair do seu país, o que já é considerada a maior crise de refugiados desde a II guerra mundial. Metade dos que fugiram são crianças;

 - se a guerra se prolongar, 9 em 10 ucranianos, correm o risco de entrarem em pobreza estrema;

 - Senado dos EUA condenou Putin de criminoso de guerra;

 - Ser líder do mundo, significa ser líder da paz (palavras de Zelensky no discurso (videoconferência) no congresso norte-americano);

 - as principias cidades e muitas infraestruturas ucranianas (aeroportos, edifícios públicos, estradas, pontes, centrais de água e electricidade, meios de comunicação social), apresentam níveis elevados de destruição provocados pelo invasor. Segundo a ONU esta guerra pode destruir duas décadas de crescimento económico;

 - até à presente data, os países europeus compradores de gás à Rússia continuam a fazer importações. Diariamente os fornecimentos atingem 660 milhões de euros. Não obstante, o regime russo encontra-se cada vez mais isolado no mundo;

 - vários bancos bielorrussos serão excluídos pela Suíça da rede internacional de comunicação financeira (SWIFT).

sexta-feira, 11 de março de 2022

Paz a única solução

 

O povo ucraniano foi ao longo da sua longa história, permanentemente, maltratado e martirizado, por exemplo em 1933 foram mortos cerca 7,3 milhões. Mais uma vez a Ucrânia sofre os horrores de uma intervenção externa levada a cabo pelo invasor do costume. Milhões de pessoas já saíram do seu país, a maioria são mulheres e crianças deixando para trás os seus companheiros - que ficaram a combater - e os haveres de uma vida.

Por muito que sejam as diferenças politicas e/ou outras nada justifica o que está a acontecer na Ucrânia. É  preciso uma grande insensibilidade humana para invadir uma nação soberana considerada e aceite no quadro das Nações Unidas, com embaixadas abertas em muitos países do mundo e empreender uma destruição maciça de pessoas e bens.

É uma vergonha e o Sr. Putin - principal responsável -  tem que por fim (incondicional) a esta barbaridade. Não tem outro caminho a seguir que não seja a retirada das forças militares e assim garantir a PAZ de um povo, repito, profundamente martirizado.

Nota - utilizei uma ilustração publicada no expresso de hoje bem demonstrativa da desproporcionalidade dos meios militares em presença. 

quarta-feira, 9 de março de 2022

Rússia (o modelo autocrático de Putin)

 


Antes de mais devo referir que a realidade das coisas na guerra da Ucrânia, que muitos chamam e a meu ver bem, A guerra de Putin, evidencia, por detrás da desgraça colectiva que se vive, um homem perigoso e profundamente cruel. Um homem capaz de tudo e quando assim é a sua ação, enquanto principal protagonista detentor de plenos poderes políticos e institucionais de uma nação como a Rússia, torna a solução de um conflito bélico muito mais difícil e complicada.

Para reflexão deixo aqui também algumas informações importantes e actuais sobre a Rússia:


- É uma federação que agrega 22 repúblicas,46 regiões autónomas e 9 territórios;

- Tem 160 etnias diferentes, e 100 línguas diferentes;

- 4 grandes religiões diferentes - a ortodoxa, a islâmica, a judaica e a budista e uma enorme variedade de seitas;

- Uma população pequena, atendendo à dimensão do território, de 140 milhões de habitantes.

Neste contexto é fácil de perceber que esta complexidade só pode ser governada autocraticamente deixando de fora o modelo democrático há muito condenado. Esta realidade, insofismável, assenta hoje num autocrata que se chama Putin, antigo membro da polícia secreta soviética (sua escola), onde militou e aprendeu a dissimular, a mentir, a torturar e a assassinar. Este homem preside a um “estado” totalitário, governado caoticamente, apoiando-se em autocratas alimentados pela corrupção, onde alguns países europeus(democráticos)tem colaborado fazendo vista negra aos seus negócios. Estes autocratas detêm hoje (pasme-se) riqueza equivalente a 75% do PIB da Rússia.

Para governar nesta realidade caótica, Putin precisa de se legitimar apelando a uma dimensão imperial, onde a guerra expansionista se justifica para si e para os seus sequazes.

Este homem vinha avisando - Crimeia (primeiro objectivo) concretizado, Donetsk (segundo objectivo) também concretizado. A Ucrânia é a seguinte conquista expansionista.

A europa democrática – completamente impotente e desarmada - perante esta realidade que ocorre bem perto das sua barbas, refugia-se na NATO (organização militar de defesa) e nas penalizações económicas à Rússia.

Perante isto Putin, que controla a 2ª potencia militar do mundo, continua na sua caminhada criminosa rumo a uma situação que, no limite, pode levar a uma 3ª guerra mundial. 


terça-feira, 8 de março de 2022

Dia Internacional da MULHER

Celebra-se hoje o Dia Internacional da MULHER.

Um dia especial para todas as mulheres do mundo, com especial relevância para as ucranianas que no seu dia a dia de luta tem demonstrado a sua valentia e coragem.

As mulheres ucranianas, que nas suas cidades combatem com uma metralhadora nas mãos um invasor cruel e esquizofrénico e que nas operações de êxodo carregam nos seus braços os filhos, tem em ambas as situações um propósito: a defessa e a garantia futura da liberdade e da dignidade humana de um povo que está a ser mártire de uma guerra levado a cabo por um louco.

O dia de hoje é especial e aqui deixo o meu testemunho de respeito por todas as Mulheres e em especial às ucranianas que estão a lutar por causas que vão além da sua própria condição.