quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Fragmentação da Eurozona (*)


Simbolicamente a rutura do Euro será como uma paragem cardíaca e desse ponto de vista as consequências são imprevisíveis – no limite mínimo as consequências serão sempre muito violentas.
Pode ter-se chegado à conclusão de que a chamada EUROZONA não é sustentável – e nessa medida seria melhor que rapidamente a Europa tratasse da sua separação.
Nesta perspetiva faz todo o sentido perspetivar quais as consequências negativas e positivas da hipotética separação:

Negativas

Em primeiro lugar - Se a Eurozona se fragmentasse, provavelmente, isso seria também o fracasso da Europa como mercado único e concomitantemente a União Europeia poderia também desaparecer;
Em segundo lugar - a livre circulação de pessoas e bens seria interrompida o que levaria a consideráveis desajustamentos monetários e consequentes tensões financeiras;
Em terceiro lugar – o desemprego aumentaria desenfreadamente e os serviços bancários e de seguros sofreriam fortes restrições;
Em quarto lugar – as economias mais débeis tudo fariam para impedir a fuga de capitais para o exterior, ao mesmo tempo que as mais fortes tentariam impedir a sua entrada excessiva – na prática aumentariam os controlos com as consequências negativas daí decorrentes, designadamente no que diz respeito ao regular funcionamento dos bancos e mercados financeiros;
Em quinto lugar – Através dos ajustamentos monetários e cambiais serão geradas novas pressões inflacionistas;
Em sexto lugar – O regresso em grande força ao protecionismo comercial e financeiro;
Em sétimo lugar – Aumento das insolvências e das falências;

Positivas

Em oitavo lugar – ao serem remetidas para as suas moedas nacionais, as economias mais débeis recuperariam o controlo de uma vasta gama de instrumentos de controlo financeiro, o que lhes daria muito mais autonomia decisória;
Em nono lugar – passarem as economias mais débeis a controlar mais eficazmente o crescimento económico e a criação de emprego;

(*) fonte jornal El Pais – baseado no pensamento e vozes respeitáveis como as de Nicolas Berggruen, Mohamed A. El-Erian e de Nouriel Roubini.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A 5ª visita da Troika



Hoje chegam os controladores (mor).
Como sempre (todos) de sapatos pretos e blazer azul. Como sempre com pressa, sempre com um “ar” discreto e (aparentemente) decidido. Como sempre trazem uma agenda cheia - reuniões e mais reuniões de…. trabalho. Resultados (?), como sempre não se esperam grandes novidades – TUDO SOB CONTROLO, dirão no fim.
Agora aquele que está a criar algumas expectativas é, sem dúvida, o senhor que aparece na foto (acima) junto à porta e de boné verde. O que pensará ele, terá alguma novidade(?).

A ver vamos….

 

domingo, 26 de agosto de 2012

Neil Amstrong

Neil Amstrog morreu hoje com 82 anos de idade. Deixou-nos o legado de de ter sido o primeiro homem a pisar a Lua.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Perspetivas a prazo (2)

(continuação)

Como superar então, perante a situação de crise instalada, o pessimismo criado nas diferentes opiniões públicas (?).


É consensual que nos dois últimos séculos o sistema capitalista cresceu e teve, inclusivamente, muito êxito e mérito próprio, mas em contrapartida foi profundamente imoral.
Teve êxito na investigação, na produção industrial e tecnológica e na distribuição comercial de uma gama diversa de bens e serviços.
Imoral porque para o capitalista foi, na maior parte das vezes, indiferente a forma como gerou, geriu e distribuiu a riqueza ciada.
Foi aqui, sobretudo na acumulação do capital e distribuição da riqueza, que o sistema falhou e cometeu erros sistemáticos que, no seu conjunto, geraram crises como aquela que estamos agora a viver.
As contrapartidas encontradas pelo sistema para sair da atual crise estão a ser suportadas exclusivamente em medidas de austeridade, na maioria das vezes fortemente penalizadoras dos contribuintes e que se estão a manifestar insuficientes atendendo aos resultados, entretanto, alcançados.
O “cancro” financeiro instalado requere outras medidas/alternativas, as quais deverão passar por um controlo alargado do sistema por parte dos eleitores. Ora este controlo só produzirá efeitos se esses mesmos eleitores tiverem devidamente informados e formados para o efeito. Nesta medida só os governos eleitos democraticamente podem e devem pôr o sistema sobre controlo.
Na prática deveremos regressar a um sistema bancário regulado, em que a banca (poupança) destinada para gerir pequemos depósitos e empréstimos familiares seja separada da banca (investimento) destinada a operar em grandes operações financeiras – normalmente dirigidas a empresas e instituições de elevada dimensão.
A regulação e controlo deste sistema deve realizar-se a nível internacional e supervisionado por instituições amplamente controladas e eleitas pelos eleitores respetivos.
Provavelmente, os banqueiros tradicionais nunca aceitarão a regulação do sistema financeiro/bancários suportados/ancorados – na atitude – pelos investidores imorais que tudo farão (pressão) para o evitar.
Provavelmente, os legisladores nunca farão leis que contrariem os grandes grupos financeiros a não ser que os eleitores a isso os obriguem.
No futuro, a sobrevivência da democracia e com isto responde-se à questão inicialmente colocada, passará pelo conhecimento aprofundado dos assuntos relacionados com os mercados financeiros pela generalidade da população eleitora e pela assunção imediata de programas de obras públicas que proporcionem a regeneração da atividade económica e concomitantemente permitam a sustentabilidade das famílias desempregadas.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Perspetivas a prazo (1)

A crise global que estamos a viver, sobretudo a partir de 2007, criou nos países ditos “avançados” um estado de espirito negativista acerca do futuro político e económico. Esta nova realidade tem a particularidade de afetar um arco social vasto que vai da direita moderada até à esquerda, incluindo a extrema-esquerda.
Durante os anos noventa a maioria da direita democrática e a social-democracia estavam de acordo que o estado de bem-estar - combinação de serviços sociais (saúde, educação e pensões) para todos – era o futuro para uma parte substancial da humanidade.
De um momento para o outro e por razões associadas ao fim da guerra fria e à crise atual, a opinião dos movimentos ideológicos ligados aos conservadores e à direita democrática mudou e passou a ver o estado de bem-estar como um entrave ao regular funcionamento dos sistemas políticos e económicos considerando-o, inclusive, não sustentável.
Nesta medida, colocou-se a questão de tentarmos saber porque razão, em tão curto espaço de tempo, as opiniões públicas conservadoras (incluindo os políticos), mudaram de opinião (?) i/é passaram de uma posição de otimismo para uma de pessimismo e simultaneamente reivindicaram o fim do estado de bem-estar.
De alguma forma a resposta está no fim da guerra fria e concomitantemente na necessidade de contrabalançar as políticas sociais desenvolvidas pelos países socialistas de leste.
Durante a guerra fria os governos capitalistas conservadores conheciam as políticas de leste e tiveram a esperteza de manter os seus próprios serviços sociais de apoio. O fim da guerra fria deixou de exigir tais requisitos – na prática passaram a ser serviços insustentáveis e facilmente elimináveis pelas políticas inerentes às medidas de austeridade.
Por outro lado, verifica-se que cada vez mais ocorrem, numa escala planetária, terramotos, tempestades, incêndios florestais, inundações e alterações climáticas relativamente às quais é necessário tomarem-se medidas urgentes com vista a evitá-las.
Esta situação é hoje do conhecimento de uma parte importante da opinião pública mundial, a qual tem vindo a assumir a necessidade de dar uma resposta adequada através de movimentos de cooperação internacional.

Chegados aqui interessa-nos tentar saber o que é necessário fazer durante as próximas décadas para superarmos os níveis elevados de pessimismo instalados nas diferentes opiniões públicas mundiais (?).

(contínua)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Brasil - investimento em infraestruturas


Dilma Roussef  - Presidenta do Brasil - anunciou recentemente um investimento de 133.000 milhões de reais (53.520 milhões de euros) em infraestruturas essenciais ao desenvolvimento económico e social do seu país.
Perspectiva-se a construção de novas estradas (7.500 km) e a ampliação da rede ferroviária (10.000 km). Inclusive prevê-se  a criação de um comboio de alta velocidade entre o Rio de Janeiro e São Paulo.
Com estes investimentos, pensa-se em Brasília, estarem a criar-se as melhores condições de apoio à produção industrial e às redes de distribuição das matérias primas e produtos.      

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Zona Euro - 2º Trimestre (variações do PIB)



Berlim conseguiu escapar neste 2º trimestre de 2012 - continua a crescer . Já a França parece encaminhada para a recessão.
O resto da Europa conseguiu resultados desiguais.  Cresceram por cima da média europeia - Bulgária, Roménia, Eslováquia, Holanda, Áustria e Suécia. Destacam-se por registarem resultados negativos  - Portugal, Grécia, Espanha, Chipre  e Itália.  
Grécia alcançou o pior resultado e Portugal destacou-se por ter sofrido um golpe muito duro entre Abril e Junho, com um retrocesso do PIB de 1,2%.   

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A crise de opulência na China

Numa parte significativa dos últimos 30 anos pode afirmar-se que os dirigentes chineses conviveram muito mal com a pobreza no seu país.http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_Popular_da_China
Em 1979 Deng-Xiaoping declarou que o grande objetivo da China era criar uma sociedade moderadamente acomodada – daí a inevitabilidade do crescimento económico e consequentemente da acumulação de capital. De seguida teorizou-se a máxima um país/dois sistemas.
O crescimento económico a partir daí não mais parou tendo, recentemente, sofrido uma desaceleração - ainda assim atingiu níveis de crescimento da ordem dos 8%.
Contudo verificou-se que a desaceleração mencionada originou algumas dezenas de milhões de desempregados.
Nesta medida as bolsas de pobreza aumentaram e as políticas sociais de apoio não apareceram, tendo esta situação levado as autoridades chinesas, sobretudo depois dos acontecimentos de Tiananmen de 1989, a temerem o aparecimento dos distúrbios e das revoluções sociais.
A China dos tempos modernos é um país com fortes desigualdades sociais em detrimento de um passado em que se considerava ser, justamente, dos mais igualitários do planeta. Os níveis de desigualdades entre ricos e pobres são na atualidade superiores aos dos Estados Unidos.
A falta de proteção da maioria dos trabalhadores chineses suporta um dos pilares fundamentais do crescimento económico (mão-de-obra barata).
O Estado deixou de garantir pensões sociais, cuidados de saúde e educação aos seus cidadãos. Ao invés garante aos empresários, através dos bancos estatais, grandes quantidades de capitais a juros irrelevantes.
Esta última situação tem criado níveis de crescimento artificiais e movimentos financeiros especulativos sustentados em projetos inúteis – fabricas paralisadas, hotéis e edifícios municipalizados vazios.
Como consequência as manifestações (violentas) de massas passaram de 8.700 em 1993 para 180.000 em 2011.
Por tudo isto há quem hoje afirme e certamente com razão, que existe uma crise de opulência na China

domingo, 12 de agosto de 2012

Tudo isto dá que pensar (4)

O jornal “El País” de hoje (11/08/12) aborda em editorial, no contexto da crise do euro, a questão da recessão e como sair da mesma.
Basicamente, chama a atenção para o facto de a zona euro só poder enfrentar o fraco ou inexistente crescimento económico se, justamente, não aplicar as receitas que o BCE preconiza.
De facto toda a zona euro confronta-se com um sério risco de desaceleração económica global motivada pela perda de ritmo do crescimento económico alemão e também pela mais que provável contração do PIB francês. Ao mesmo tempo que os países periféricos continuam numa escalada recessiva os outros, os chamados países “mais importantes” da zona euro, fraquejam.
Pelos vistos só os incautos não  previram que o empobrecimento das economias periféricas - com as consequências concomitantes - imediatamente contaminaram os países centrais do euro.
Este é de facto um momento crucial para a europa e para a sua recuperação económica e nesta medida deviam-se aplicar as medidas corretivas com  vista ao retomar, normal, do crescimento económico. Essas medidas, e esse é o cerne do problema, nunca poderão ser de natureza recessiva mas sim expansionista.  
  

sábado, 11 de agosto de 2012

Fim de férias

Não avisei que ia de férias.
Pelo facto deixo aqui as minhas sinceras desculpas.
Retomo então a minha participação no Transparente-21.
Obrigado a todos.