quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A Estratégia Brasileira em África


As autoridades brasileiras resolveram investir no desenvolvimento do negócio do etanol à escala mundial.
Lula da Silva, actual presidente brasileiro e antigo chefe máximo do Partido dos Trabalhadores Brasileiros (PT), lançou um repto ao poder energético mundial aquando do encerramento da I Conferência Internacional sobre Bio-combustíveis celebrada em São Paulo. Nas circunstâncias conclui-se que o crescimento da produção mundial de etanol crescerá, aproximadamente, 200% nos próximos seis anos, ganhando espaço aos combustíveis fósseis.
Os brasileiros sabem, por experiencia própria, quão importante é a terra baldia e o sol em quantidade para o cultivo da cana-de-açúcar. O continente africano pelas suas qualidades intrínsecas é nessa perspectiva um forte desafio.
Por isso o Brasil tem vindo a acercar-se de África e silenciosamente e em função da sua estratégia de implementar à escala global a energia verde, tem realizado negócios na perspectiva de consolidar a sua influência na região.
Presentemente o Brasil é o segundo produtor mundial de etanol, está apenas por detrás dos EUA. É também o país com mais experiência, conhecimento e investigação realizada no mundo dos Bio-combustíveis. Em cada dez automóveis a circular no Brasil, sete movem-se a álcool.
Nesta conformidade não espanta que a relação do Brasil com África se tenha intensificado e concomitantemente se realizassem e realizem inúmeras reuniões de responsáveis de ambos os continentes.
A determinação é enorme e pode concluir-se que os africanos querem ajudar os brasileiros para que estes consigam realizar o seu ideal de converterem o etanol numa matéria-prima de referência e importância mundial.
De Brasília também se utilizam argumentos humanitárias, como o do combate à escassez energética de muitos países africanos e de que o desenvolvimento não é possível sem energia. Hoje em África o deficit energético da população é enorme.
Lula conseguiu já que 15 países africanos estejam dispostos no futuro a produzir etanol com tecnologia e supervisão brasileira (Benim, Burquina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Ghana, Guine, Guiné Bissau, Libéria, Mali, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo). Nalguns destes países já se iniciaram projectos liderados por empresas brasileiras.
Recentemente Lula da Silva dirigindo-se aos europeus afirmou que: ...nós gostaríamos que os países ricos ao entrarem na era dos Bio-combustíveis fizessem acordos com os países pobres para que nestes se produzisse parte das suas necessidades energéticas...Esta seria uma forma inteligente de desenvolver África e simultaneamente de resolver o problema da imigração nos países europeus.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Bienal Ibero-americana do desenho(BID) I

Desenhadores ibero-americanos (22 países) reuniram-se pela primeira vez em Madrid numa bienal de desenho (BID). Esta iniciativa foi organizada pela Associação de Desenhadores de Madrid em conjunto com a Fundação do Banco Santader.
O grande evento está a decorrer na Central de Desenho de Matadero em Madrid onde se apresentarão 316 projectos de 250 desenhadores.
Ao longo dos próximos dias, e de acordo com o jornal EL País, apresentaremos alguns dos trabalhos expostos
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Diferença



terça-feira, 18 de novembro de 2008

Pela estrada fora

Partidos políticos

Enquadramento politico

Nalguns países europeus e refiro-me em particular a Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Irlanda, Holanda, Bélgica, Suécia, não conheço que tenha havido alterações/mudanças significativas quanto ao número e à composição partidária. Com significado apenas em Itália e mesmo aí, provavelmente, só no que diz respeito aos nomes. Mudanças ideológicas também inexistentes.

As alterações partidárias ocorridas, no que se refere ao exercício do poder político democrático, também foram praticamente inexistentes. Variaram pouco, umas vezes à direita, outras, mais à esquerda, os protagonistas quer de um lado quer do outro quase sempre os mesmos.

Quanto aos princípios jurídicos de natureza constitucional inerente ao Estado de direito democrático poucas alterações ocorreram.

Já no que diz respeito à participação eleitoral tem-se vindo a verificar, com algumas excepções, ao aumento das taxas de absentismo. Nalguns casos muito preocupantes.

A participação directa ou indirecta dos cidadãos, na vida cívica e política tem também vindo a diminuir, para esta situação muito tem contribuído a dependência politica e económica de Bruxelas, bem como a sua excessiva burocracia.

O desaparecimento do alinhamento político em torno do Pacto de Varsóvia e a consequente queda do muro de Berlim, veio alterar profundamente o equilíbrio de forças no contexto internacional. De um momento para o outro o mundo deixou de ter uma ordem internacional para se guiar.

O enfraquecimento deliberado de organizações internacionais determinantes, designadamente da ONU – Organização das Nações Unidas, do FMI – Fundo Monetário Internacional.

A total descredibilização da intervenção militar (unilateral) dos EUA no Iraque.


Enquadramento socioeconómico

O reforço e o desenvolvimento das políticas sociais e proteccionistas dos cidadãos contribuíram igualmente e paradoxalmente, para o afastamento do exercício da vida politica activa.

A globalização e o crescimento desigual e combinado das economias à escala mundial colocaram questões importantes de redistribuição económica e de maior equilíbrio social. O crescimento exponencial de algumas economias e o aparecimento dos BRICs (Rússia, China, Índia e Brasil), veio chamar a atenção e alertar para as limitações dos recursos energéticos e consequentemente por via dos aumentos dos consumos, generalizar o aumento dos preços das matérias-primas. Desta forma criou-se à escala mundial um clima de especulação o qual tem vindo a fomentar o desânimo e em consequência o desacreditar dos cidadãos nos sistemas.

O desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação vieram alterar comportamentos e criar novas formas de trabalho e de relacionamento. Encurtaram os espaços de comunicação e de iteração entre cidadãos e organizações. A NET e os softwares a ela associados, estão a revolucionar o mundo da comunicação.

A recente crise económica e financeira instalada no chamado mundo desenvolvido veio questionar os modelos em funcionamento e, pela primeira vez, colocar questões relacionadas com novos paradigmas de organização, acumulação, distribuição da riqueza e consumos.


Novas formas de comunicação e de representação

Hoje é ponto assente que uma parte significativa da vida e do discurso afecto ao exercício da cidadania já não passa pela vida partidária tradicional. Hoje é também ponto assente que os cidadãos já não se revêem na forma de actuação dos partidos políticos e outras organizações afins.

Assim, torna-se premente encontrar alternativas político-partidárias e/ou outras organizações capazes de ocuparem os novos espaços criados de maneira a serem garantidas novas formas de representatividade.




quinta-feira, 13 de novembro de 2008

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

A Vitória da MUDANÇA

Barack Obamanasceu em 04-08-1961, em Honolulu Coco Solo. Será o próximo presidente dos EUA – um país em crise com 303,824,640 habitantes.

Obama conseguiu. Ao redor de uma grande expectativa mundial os norte-americanos aceitaram, felizmente, o desafio colocado pelo candidato democrático à Casa Branca. Vitória num dia histórico, terça-feira, 4 de Novembro de 2008, daquele que se converte no primeiro presidente negro da história dos EUA. Os norte-americanos, maioritariamente aceitaram a mensagem de esperança feita pelo candidato democrata durante a campanha, diga-se uma das mais brilhantes da curta história desta grande nação.

A mudança chegou à América, disse Obama no seu discurso de vitória realizado junto dos seus muitos milhares de apoiantes que se reuniram na grande festa organizada pelos democratas no Grant Park de Chicago. O candidato afro-americano não só ganhou as eleições, como o fez com uma maioria clara.

Em Lisboa às 6 horas da manhã de 5 de Novembro confirmou-se a vitória quando o candidato democrata alcançou os 270 votos eleitorais necessários para conseguir a nomeação no Colégio Eleitoral, o órgão que elege o presidente.

A vitória teve muito a ver com o apoio conseguido em Estados decisivos como o de Florida, Pensilvânia, Ohio e Califórnia, que juntos significaram 123 votos.
Importante também para o triunfo de Obama foi o apoio conseguido nos grandes Estados como Maine, Vermont, Massachusetts, Connecticut, Delaware, Maryland, New Hampshire, Nova Jersey, Pensilvânia y Nova York, bem como do Distrito de Colômbia, onde se situa a capital Washington, e o Estado de Illinois, onde é senador.

O republicano John McCain ainda alimentou a esperança durante uma parte da noite eleitoral ao conseguir importantes vitórias no sul, em Tennessee, Alabama, Arcansas, Carolina do Sul, Geórgia e Texas, o que não foi suficiente para conseguir a vitória. O senador de Arizona compareceu junto dos seus seguidores na capital do seu Estado, Phoenix, onde reconheceu a sua derrota.

Por seu lado Bush felicitou Obama, telefonando-lhe após conhecer a sua vitória dizendo-lhe que estás próximo a começar uma das maiores viagens da tua vida. Felicidades e desfruta-lo, disse o sempre infatigável Bush.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

ELEIÇÕES EUA - 4 de Outubro de 2008 às 15h.

Tranquilamente, em filas de espera, algumas com a duração de cinco horas, mais de 27 milhões de eleitores americanos – aproximadamente 20% do eleitorado – já tinham exercido o seu direito de voto. Às 15 horas de hoje já se tinha votado em 34 dos 50 Estados, numas eleições consideradas históricas e em que cerca de 153 milhões de americanos (75% do censo) se registaram para exercer o voto.
Obama com vantagem sobre McCain, em quase todas as sondagens realizadas, prevê-se que seja o vencedor destas eleições para a presidência americana. Numa sondagem realizada ontem o candidato democrático obteve uma vantagem de oito pontos (51% contra 43%) sobre o seu opositor republicano.

Os Estados Unidos são um país com 303,824,640 habitantes e até agora as centenas de milhares de voluntários afectos aos dois candidatos contactaram, casa por casa, via telefónica (25 milhões de chamadas por candidatura), pedindo o voto.

Estas eleições elegem o presidente, renovam a totalidade da Câmara de Representantes, um terço do Senado e a 11 governadores.

A máquina democrática teve ao seu dispor uma organização de simpatizantes, MoveOn.org, que enviou um vídeo propagandístico por correio electrónico que conseguiu 10 milhões de reenvios.

Para McCain e sues partidários a maioria dos indecisos tem um perfil mais republicano que democrata.

Por outro lado, prevê-se que numerosos norte-americanos que estiveram ao lado do Partido Republicano em 2004 apoiem agora o candidato democrático.

Os sonhos dos negros podem converter-se em realidade, embora os negros devam temperar as suas expectativas, porque Obama concorre para ser presidente de todo o mundo, comentou a analista Laura Washington. Devem fixar-se na realidade e ter em linha de conta que a Obama lhe espera, por exemplo, a crise económica e os conflitos do Médio Oriente.


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

As Eleiçôes mais mediáticas de sempre...

A um dia do acto eleitoral os dados estão, praticamente, lançados e jogados. Digo por precaução - praticamente – porque até ao final poderá haver sempre surpresas. A diferença nas sondagens entre os dois candidatos é favorável a OBAMA, diz-se de 7 pontos percentuais, que esperamos sejam suficientes para que o candidato democrático ganhe. O desastre que foi a presidência Bush foi fatal ao candidato republicano John McCAIN.

É altura então de começar a fazer contas e sobretudo reflectir sobre o que se passou de mais relevante nestas eleições para a presidência americana. De todas, até agora realizadas, esta tem sido a mais mediática a nível internacional.

Neste contexto, permito-me destacar da campanha democrática de Barack Obama a utilização inteligente das novas tecnologias de informação e comunicação, as quais permitiram aproximar o candidato e a sua organização dos eleitores e seus potenciais votantes. Nesta perspectiva as redes de contactos posicionaram os cidadãos no centro do debate e assim dinamizaram o diálogo do próprio candidato.

A América com toda a turbulência ao seu redor necessita, com urgência, ancorar em porto seguro e com isso tranquilizar-se a si e aos outros de forma a voltar a ser o interlocutor e o dinamizador do mundo democrático e progressivo.

Obama é a vontade da mudança e o mundo civilizado e os americanos, em particular, muito esperam dele e da sua governação.