sábado, 2 de agosto de 2025

O PSD/PPD

O Editorial do Semanário Expresso de 1 de agosto de 2025 (assinado pelo Director-Adjunto David Dinis),refere-se, entre outras coisas, à sustentabilidade política e ideológica do actual governo que, de facto, de social-democrata tem muito pouco. Reflectindo um pouco sobre o excelente texto permito-me acrescentar, pondo em relevo, que o PSD foi e ainda continua a ser um partido interclassista - o que significa que inclui nas suas fileiras sensibilidades que vão da extrema direita à social-democracia, daí a sua originalidade que Francisco Sá Carneiro soube explorar de forma exemplar. Até à subida de Pedro Passos Coelho ao poder (partido e governo) a sensibilidade que mais tempo dirigiu o partido foi a próxima da social-democracia. Tal desiderato permitiu a aproximação ao PS, bem como às estruturas sociais em que assenta o funcionamento de estado de direito democrático. Com a escalada do CHEGA, que absorveu nas suas estruturas parte significativa da extrema-direita que se encontrava "escondida" no PSD, temo, embora ainda não tenha a certeza e muito menos o desejo que a sensibilidade que emergiu na condução dos destinos do PSD/PPD - sigla aglutinadora criada por Pedro Santana Lopes - seja afastada deste governo com as consequências devastadoras inerentes. Tempos difíceis que atravessa a democracia portuguesa e neste particular o PSD e as suas sensibilidades sociais-democratas que julgo que tudo farão para corrigir esta deriva direitista.