sábado, 23 de janeiro de 2010

b) Suspeição

(Continuação – Comunicação Social – princípios fundamentais)

Ignacio Ramonet num capítulo próprio do seu livro - A
Tirania da Comunicação - a que chamou “A Era da Suspeição” começa por nos lembrar que na actualidade os sentimentos dominantes dos cidadãos das sociedades ditas mais desenvolvidas são dominados pelo “cepticismo, a desconfiança e a incredulidade”.
Para este estado de ânimo muito tem contribuído o deficiente (mentiras e mistificações) funcionamento da comunicação social.

Diz e passo a citar “ninguém nega a função indispensável da comunicação de massas em democracia, pelo contrário. A informação continua a ser essencial para uma boa evolução da sociedade, e sabemos que não é possível existir democracia sem uma boa rede de comunicação e sem o máximo de informação livre. Toda a gente está absolutamente convencida de que é graças á informação que o ser humano vive como um ser livre”.

Inicialmente e quando os tempos o permitiam, censurava-se abertamente. E
ram as épocas da proibição e do lápis azul.
Mais tarde, partiu-se para formas mais sofisticadas designadamente utilizando e manipulando os conteúdos das imagens e com elas influenciando todos os restantes meios de informação (televisão como principal meio). Chegámos ao tempo em que a imagem substitui o som. O tempo da censura democrática. Esta, em alternativa ao lápis azul e ao corte violento aposta antes, “na acumulação, na saturação, no excesso e na super-abundância de informações”. São também os tempos do “realismo democrático” em que os meios tecnológicos quase tornam os jornalistas inúteis e em que a vida é praticamente tratada como um jogo e em que a “televisão não é uma máquina de apresentar informação, mas de apresentar acontecimentos”.


(continua)

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