O governo francês surpreendeu negativamente tudo e todos, a começar pela comunidade internacional democrática e uma parte significativa da própria opinião pública francesa, quando inexplicavelmente o presidente Sarkozi apoiou o processo de expulsão de cerca de 900 ciganos romenos.
Este ano já foram expulsos de França 8.131 ciganos, o ministro do interior francês justificou estas acções contra os ciganos com o aumento dos actos de delinquência protagonizados por estes. Em troca - os que saíram - receberam 300 euros por deixar o país e ainda 100 euros por cada filho. Muitos disseram que é sua intenção voltarem a França, logo que possível, e como cidadãos da UE tem todo o direito a fazê-lo desde que tenham um contrato de trabalho para poderem ficar em França, ou em qualquer país pertencente à UE e ao espaço Schengen, por um período superior a três meses. A direita e a extrema-direita apoiaram maioritariamente esta decisão contra a vontade, também da maioria da esquerda. Aqui Sarkozi tentou satisfazer a direita francesa.
Quase simultaneamente, o mesmo Sarkozi e o seu governo, pedem à UE intervenção imediata na condenação da atitude do governo do Irão no que se refere à pena de morte aplicada a uma jovem iraniana (Ashtiani) pelo regime dos ayatolas. Mais, exigiu o governo francês sanções imediatas do Conselho Europeu. Aqui Sarkozi tentou satisfazer a esquerda francesa.
Duas situações atentatórias dos direitos humanos, ambas condenáveis. Curiosamente para as enfrentar, Sakorzi e o seu governo escolheram caminhos diferentes.
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