domingo, 23 de outubro de 2011

A crise do Euro



Num artigo com o título o euro acaba aqui”, na minha modesta opinião, límpido, esclarecedor e corajoso, Clara Ferreira Alves no Expresso (Única) de 22/Outubro/2011 coloca a nu um conjunto de situações que nos ajudam a compreender e encontrar os principais responsáveis pela situação de crise a que chegámos.
CFA utiliza, inteligentemente, a palavra culpa para explicar atitudes e diferentes estados de espírito, sejam eles provenientes de pessoas pobres, remediadas ou ricas.

Permitam-me, então, citar alguns trechos do referido artigo:

... “ Fui ao jardim e alguma coisa tinha mudado, imperceptivelmente. À hora do almoço a esplanada tinha lugares vagos e os bancos de madeira estavam cheios. Não havia um banco vazio. As pessoas comiam de marmitas, recipientes de plástico, sacos de congelação. Duas mulheres tinham trazido melão cortado em quadrados que comiam com um garfo. Um casal desembrulhava um tachinho com cuidado”.
...” Segundo a doutrina vigente este é o caminho colectivo, a que os apoderados do regime chamam “frugalidade” e “novo modo de vida”. Esta gente, pequenos funcionários com salários pequenos foi convencida que a culpa de tudo o que de mau nos acontece é dela”... “ E como não tem iPad nem passa a vida a ler os jornais económicos, não frequente paraísos fiscais, não conhece Keynes nem o Krugman, não frequenta os salões de elite, não tem amigos poderosos, como está arredada dos centros de decisão de Portugal e da Europa, como nunca foi a wall Street, como lhe foi retirada uma medida de controlo da sua existência, como foi aterrorizada com as ameaças de desemprego e destituição, de taxação e privação, acredita em tudo. Tem medo”....

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