quinta-feira, 19 de maio de 2022

Sofrimento atroz

De novo escrevo mencionando António Guterres e nas circunstâncias, o pedido, enquanto secretário-geral das Nações Unidas, feito a Putin para que libertasse os civis e os militares, em cativeiro e encurralados, nas instalações da Siderurgia Azovstal, em Mariupol. Por fim foram libertados os civis e cerca de 1730 combatentes ucranianos que se renderam. O Comité Internacional da Cruz Vermelha está a registar todos os militares que abandonaram as instalações e que foram levados pelas forças russas para prisões militares. Tudo indica que ainda continuam encurralados alguns combatentes ucranianos que, ao que parece, recusam a rendição. Uma das estratégias prévias russas, logo no início da guerra foi o de se apropriar, ao mesmo tempo que avançava no terreno, de muitos milhões de toneladas de cereais ucranianos e levá-los para lugares incertos. Com esta atitude as autoridades russas desencadearam uma crise alimentar à escala mundial, relativamente à qual o FMI, prontamente avisou para a “agitação social e violência” em virtude da insegurança alimentar daí resultante e vivida em muitos países, que aliado à alta inflação, degenera em situações de fome. A morte, a destruição, a incerteza e o êxodo inerente à guerra que envolve directa e indirectamente muitos milhões de pessoas leva-nos a crer que o sofrimento atroz das populações é a principal estratégia russa. Destruir, matar, ocupar, roubar e finalmente controlar, através de representantes manipulados, as populações vencidas.

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