sexta-feira, 5 de maio de 2023

Marcelo, o Vingativo

Quando escrevo este Post o Presidente da Republica (PR) estará a viajar para Londres. O PR por inerência é também o Chefe Supremo das Forças Armadas, viajará, provavelmente num avião requisitado à força aérea. Ainda hoje, ou logo que tenha oportunidade, passeará pelas ruas da capital inglesa incógnito e seguramente convicto de que deixou o país à beira de uma crise institucional grave. Crise que ele iniciou há muito tempo e que teve ontem a sua formalização quando fez uma declaração ao país, a propósito da demissão de João Galamba (JG) – o ministro que se demitiu e o Primeiro-ministro não aceitou: uma declaração feita, no Palácio de Belém, com pompa e circunstância, violenta e vingativa, pretendendo atingir o PM; uma declaração que teve a particularidade de ser cobarde. Cobarde porque MRS queria vigar-se de AC e não teve a coragem de o fazer directamente e que para o efeito, escolheu o ministro das infraestruturas JG. Chamou-lhe, entre outros, irresponsável, incompetente e pouco confiável. Ficou claro que MRS, na ocasião, estava a dirigir-se a AC e que nos termos em que o fez abriu uma nova situação institucional em que as relações entre ambos serão no futuro bastante complicadas. O PR que era para, quase todos, o Presidente dos Afectos e que no dia anterior à declaração saiu do Palácio de Belém para dar um pequeno passeio e comer um gelado e nas circunstancias, distribuir uns beijinhos á população feminina que ia encontrando ficará, a partir de ontem e após as fortíssimas declarações que fez, a ser, também, por muitos, considerado o Presidente Vingativo.

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