sábado, 14 de junho de 2008

Globalização, oportunidades e desenvolvimento (8)

Terminou a paralisação dos transportes de mercadorias (*)

O governo chegou a acordo com os transportadores.

Em troca fez concessões, registam-se aqui as mais importantes:
(a) redução do preço das portagens em horário nocturno
(entre as 22h e as 7h) em 30%; (b) majoração de 20% sobre a factura
do gasóleo, o que reduz o pagamento do IRC; (c) o não aumento do
imposto sobre os produtos petrolíferos em 2009; (d) facultar
aos transportadoras a possibilidade de só entregarem o IVA à
Administração Fiscal depois de o cobrarem aos clientes;
(e) o pagamentos das facturas aos transportadores ser efectuado
no prazo máximo de 30 dias, ultrapassado este prazo serão
aplicadas coimas aos incumpridores; (f) o apoio à modernização
das frotas.

Uma certeza temos, no final, somos todos nós que iremos pagar
o aumento do petróleo, de uma forma directa ou indirecta.
Os pequenos empresários da indústria de transportes
“ganharam” “um balão de oxigénio” que lhes vai permitir mais
algum tempo de sobrevivência.

Deste momento conturbado ressaltam, também, duas situações
interessantes, curiosamente que se interligam: a primeira que
tem a ver com espontaneidade do movimento;
a segunda com a sua temporalidade e originalidade.
Tudo isto é novo.

De forma preventiva, permitam-me citar Daniel Bessa que
no jornal Expresso de 07/06/08, disse que: preocupante
é a situação dos taxistas. Estes estão totalmente dependentes
do preço do combustível. Morrem um pouco cada dia que passa,
aos aumentos do gasóleo não podem reagir, aumentando,
naturalmente, os seus preços de venda, pois o governo
tem estes últimos congelados.
Ajudar alguns rendimentos, faz sentido, congelar preços,
nunca será a solução.
Isto, infelizmente, não é novo.


(*) A “Antram”-Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias, que esteve, desde o início e deliberadamente, à margem dos organizadores desta paralisação, é a única associação representativa dos empresários do sector. Curiosamente esta associação representa, apenas, 40% dos transportadores.


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