terça-feira, 18 de novembro de 2008

Partidos políticos

Enquadramento politico

Nalguns países europeus e refiro-me em particular a Espanha, França, Alemanha, Inglaterra, Irlanda, Holanda, Bélgica, Suécia, não conheço que tenha havido alterações/mudanças significativas quanto ao número e à composição partidária. Com significado apenas em Itália e mesmo aí, provavelmente, só no que diz respeito aos nomes. Mudanças ideológicas também inexistentes.

As alterações partidárias ocorridas, no que se refere ao exercício do poder político democrático, também foram praticamente inexistentes. Variaram pouco, umas vezes à direita, outras, mais à esquerda, os protagonistas quer de um lado quer do outro quase sempre os mesmos.

Quanto aos princípios jurídicos de natureza constitucional inerente ao Estado de direito democrático poucas alterações ocorreram.

Já no que diz respeito à participação eleitoral tem-se vindo a verificar, com algumas excepções, ao aumento das taxas de absentismo. Nalguns casos muito preocupantes.

A participação directa ou indirecta dos cidadãos, na vida cívica e política tem também vindo a diminuir, para esta situação muito tem contribuído a dependência politica e económica de Bruxelas, bem como a sua excessiva burocracia.

O desaparecimento do alinhamento político em torno do Pacto de Varsóvia e a consequente queda do muro de Berlim, veio alterar profundamente o equilíbrio de forças no contexto internacional. De um momento para o outro o mundo deixou de ter uma ordem internacional para se guiar.

O enfraquecimento deliberado de organizações internacionais determinantes, designadamente da ONU – Organização das Nações Unidas, do FMI – Fundo Monetário Internacional.

A total descredibilização da intervenção militar (unilateral) dos EUA no Iraque.


Enquadramento socioeconómico

O reforço e o desenvolvimento das políticas sociais e proteccionistas dos cidadãos contribuíram igualmente e paradoxalmente, para o afastamento do exercício da vida politica activa.

A globalização e o crescimento desigual e combinado das economias à escala mundial colocaram questões importantes de redistribuição económica e de maior equilíbrio social. O crescimento exponencial de algumas economias e o aparecimento dos BRICs (Rússia, China, Índia e Brasil), veio chamar a atenção e alertar para as limitações dos recursos energéticos e consequentemente por via dos aumentos dos consumos, generalizar o aumento dos preços das matérias-primas. Desta forma criou-se à escala mundial um clima de especulação o qual tem vindo a fomentar o desânimo e em consequência o desacreditar dos cidadãos nos sistemas.

O desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação vieram alterar comportamentos e criar novas formas de trabalho e de relacionamento. Encurtaram os espaços de comunicação e de iteração entre cidadãos e organizações. A NET e os softwares a ela associados, estão a revolucionar o mundo da comunicação.

A recente crise económica e financeira instalada no chamado mundo desenvolvido veio questionar os modelos em funcionamento e, pela primeira vez, colocar questões relacionadas com novos paradigmas de organização, acumulação, distribuição da riqueza e consumos.


Novas formas de comunicação e de representação

Hoje é ponto assente que uma parte significativa da vida e do discurso afecto ao exercício da cidadania já não passa pela vida partidária tradicional. Hoje é também ponto assente que os cidadãos já não se revêem na forma de actuação dos partidos políticos e outras organizações afins.

Assim, torna-se premente encontrar alternativas político-partidárias e/ou outras organizações capazes de ocuparem os novos espaços criados de maneira a serem garantidas novas formas de representatividade.




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