terça-feira, 2 de junho de 2009

China, a gota de água

Texto/09/118
Carcavelos

Há quem diga que este país que se desenvolveu e se desenvolve submerso em dois sistemas está, inexoravelmente ,“obrigado” a caminhar em direcção à democracia. A transição já começou, o processo encontra-se em marcha, com uma particularidade que é a de não se produzirem rupturas violentas contrariamente ao que aconteceu noutros regimes comunistas, designadamente na União Soviética e outros países da Europa de Leste.

A China tem vindo paulatinamente a liberalizar o seu sistema económico. Numa primeira fase liberalizaram-se os preços e permitiu-se a propriedade privada nas empresas. Mais tarde permitiram-se as inversões estrangeiras. Por fim privatizaram-se as empresas estatais. Hoje é possível falar-se num sector privado chinês forte em que em cada dia que passa se torna mais determinante na economia.

É uma realidade que hoje pode dizer-se, com segurança, que se produziu, sem rupturas, mudanças qualitativas que tornaram a economia chinesa capitalista.

No entanto não pode nem se deve esquecer que a China continua a ter um intervencionismo estatal fortíssimo na economia e que este é controlado, maioritariamente, pelo partido comunista.
Embora esta situação limite os direitos e as liberdades individuais dos chineses é possível dizer-se que estes, não obstante, gozam de mais liberdade pessoal.
Não tardará que a acumulação da riqueza gerada venha colocar problemas no domínio da sua distribuição equitativa. E quando aqui chegarmos outras questões se colocarão nos domínios sociais e políticos. Independentemente da realidade própria Chinesa, um dia destes - quando a gota de água chegar, será inevitável produzirem-se as rupturas essenciais ao progresso e ao desenvolvimento.

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