sábado, 27 de março de 2010

O problema Grego

Ao que parece a UE prepara-se para despachar a Grécia para o FMI. Sabemos que normalmente esta instituição tem para estes casos de doença financeira (deficit e divida pública excessiva) um remédio santo – desvalorização da moeda do país doente. A curto prazo o resultado esperado é o de que com a desvalorização da moeda se tornem os produtos e serviços produzidos pelo país doente, num contexto de exportação, mais baratos e concomitantemente mais competitivos. A médio prazo e com os desequilíbrios financeiros resolvidos espera-se que o país se desenvolva e recupere e porventura aumente, os níveis de crescimento e bem-estar. Ora é aqui que se estabelece o problema: (a) se o país tem margem de crescimento a situação pode resolver-se; (b) se ao invés já não tem margem de crescimento o país mergulhará na pobreza e no limite, mais reconfortante, poderá converter-se num doente crónico com alguma esperança de vida.
A UE ao resolver remeter a resolução do problema da Grécia para o FMI e conhecidas as soluções deste, dificilmente se manterá a Grécia no EURO. Ao propor isto a UE revelará ao mundo fragilidade e falta de solidariedade para com um dos seus membros. A curto prazo resolverá um problema de financiamento para a Alemanha, a médio prazo pagará ainda uma factura maior.

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