quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A ex-classe média

Ressentimento,

Este é o título que Pedro Lomba escolheu hoje para o seu artigo habitual das quintas-feiras no jornal Público. Lomba aborda a questão da queda da classe média e da forma como o estado a está a atacar, diminuindo-lhe os rendimentos e sobretudo não lhe dando grandes esperanças de sobrevivência. Até há pouco tempo o espaço afecto à ruralidade era abandonado em troca da periferia das cidades e sobretudo pelo acesso a novas formas de propriedade. Ao mesmo tempo o estado apostava na formação superior dessa “nova” classe (média) – sem dúvida a classe social garante (sustentado) desse mesmo estado – criando novas estruturas institucionais e organizacionais. Com a crise tudo se destruturalizou e desmoronou e agora assistimos ao convite para o êxodo desse mesmo pilar social do estado de direito democrático. Acabam-se os empregos, fecham-se cursos universitários, aumentam-se os juros e sobretudo desinveste-se, fortemente, na classe média, destruindo-se expectativas. Em resultado de tudo isto surge uma nova classe social que Pedro chama “a ex-classe média. Trata-se, sem dúvida, de uma grande cambalhota cujos ressentimentos não podem ainda ser avaliados do ponto de vista das consequências politicas e sociais. Portanto, a não perder a leitura deste interessante artigo.

1 comentário:

António Gouveia disse...

O ressentimento será um dos sentinentos desta revolta social, que, volto a dizer o mesmo, se baseia no endividamento excessivo de Estado e Sector Privado (famílias e empresas). Não sei se haverá muita gente a voltar a uma vida rural que já não está e em muitos casos nunca esteve habituada. Vida rural essa que passa por agricultura de subsistência. Com que empregos? Em localidades de pequena dimensão (aldeias por menos isoladas que sejam)? Média (vilas)? E o que se faz ao património dos subúrbios que ficam desertos? Muito "pano para mangas" sociológico aqui para analisar.