quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Felipe González (uma voz crítica e oportuna)

Recentemente, Felipe González (FG) foi convidado para participar em Lisboa numa conferência (Portugal e o Mundo) organizada pelo Expresso no âmbito das comemorações dos 40 anos deste semanário.

No final do painel em que participou o histórico leader – que foi chefe do governo espanhol durante 14 anos onde presidiu à modernização e à europeização de Espanha e mais recentemente (2007) foi convidado a liderar um “Grupo de Sábios” para estudarem e refletirem sobre os grandes desafios europeus – FG deu uma interessante entrevista ao jornal diário PÚBLICO.

Pela importância das coisas que disse sobre a atual crise europeia, permito-me citar algumas:

Cheguei ao Governo, faz agora 30 anos, com 4500 dólares por habitante no meu país. Hoje, em plena crise e com toda a gente deprimida, temos 30 mil dólares por habitante. E a riqueza está um pouco mais bem distribuída do que naquela altura. Um pouco melhor. Mesmo que a educação e a saúde pública estejam em crise, estão mais bem distribuídas”. Neste contexto “temos uma boa base para responderem à crise”.

Na atual situação “a Europa vai ter de sair (desta crise) pelo caminho da federalização e da soberania partilhada. O que mais me preocupa não é tanto se vamos sair ou não da crise económica e social – porque vamos, mesmo que seja pelo caminho mais difícil e menos vantajoso – é que não consigamos sair da crise política e institucional em que estamos”. A verdadeira crise tem a ver fundamentalmente com “a governança da democracia representativa, que resulta da perda de confiança dos cidadãos nos seus representantes políticos”.

Para combater e sair da crise é necessário e urgente “um novo pacto social europeu. Um novo pacto que se adeque àquilo que é característico da Europa e que é uma economia social de mercado”, afirma ainda à laia de pergunta “quem é que está a apresentar e a discutir esse pacto?”

Afirma ainda “ou a Europa reage ou terminará sendo esse pequeno lugar nu Sudoeste da Eurásia, que representa, dentro de dez oi 20 anos, 4% ou 5% da população mundial e que perdeu o seu poder e a sua relevância”.

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