Uns dizem que trabalhamos menos horas
durante a semana mas que, não obstante, dormimos menos. Outros dizem que existe
a sensação de que nunca tivemos tão ocupados como agora e que o tempo livre
nunca foi tão escasso.
Quer dizer: estamos menos ocupados
do que queremos fazer crer. Esta é a conclusão a que chegou um investigador
americano, que considera ainda, através de um estudo comparado que os cidadãos
actuais não estão mais ocupados do que os de há 50 anos. Para ele a frase de
que estamos muito ocupados não passa de uma mera expressão. Foi o
sentido de alienação que mudou. O tempo de descanso e do recolhimento tornou-se
confuso (suspeito) para a sociedade. Comparando, os dias de hoje, verificamos
que na actualidade as pessoas declaram que trabalham e descansam menos que há uns anos
atrás, o que leva de imediato a perguntar: o que se passa então com o nosso
tempo livre?
A premissa marxista que o tempo de ócio
integra o tempo de trabalho, justamente na perspectiva da reprodução das
condições de trabalho, transportada para a actualidade e para a nossa realidade
(trabalho feito em casa, correio electrónico, telemóveis, etc) leva-nos a confundir
o nosso tempo de ocupação e assim a perturbar o nosso espaço livre.
Assim, a questão dos aumentos das horas de trabalho numa mera pesrspectiva do acréscimo da produtividade, deve ser equacionada de uma forma diferente daquela que tem vindo a ser seguida. Forma, de resto, bastante penalizadora para os trabalhadores.
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