segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Perspetivas a prazo (2)

(continuação)

Como superar então, perante a situação de crise instalada, o pessimismo criado nas diferentes opiniões públicas (?).


É consensual que nos dois últimos séculos o sistema capitalista cresceu e teve, inclusivamente, muito êxito e mérito próprio, mas em contrapartida foi profundamente imoral.
Teve êxito na investigação, na produção industrial e tecnológica e na distribuição comercial de uma gama diversa de bens e serviços.
Imoral porque para o capitalista foi, na maior parte das vezes, indiferente a forma como gerou, geriu e distribuiu a riqueza ciada.
Foi aqui, sobretudo na acumulação do capital e distribuição da riqueza, que o sistema falhou e cometeu erros sistemáticos que, no seu conjunto, geraram crises como aquela que estamos agora a viver.
As contrapartidas encontradas pelo sistema para sair da atual crise estão a ser suportadas exclusivamente em medidas de austeridade, na maioria das vezes fortemente penalizadoras dos contribuintes e que se estão a manifestar insuficientes atendendo aos resultados, entretanto, alcançados.
O “cancro” financeiro instalado requere outras medidas/alternativas, as quais deverão passar por um controlo alargado do sistema por parte dos eleitores. Ora este controlo só produzirá efeitos se esses mesmos eleitores tiverem devidamente informados e formados para o efeito. Nesta medida só os governos eleitos democraticamente podem e devem pôr o sistema sobre controlo.
Na prática deveremos regressar a um sistema bancário regulado, em que a banca (poupança) destinada para gerir pequemos depósitos e empréstimos familiares seja separada da banca (investimento) destinada a operar em grandes operações financeiras – normalmente dirigidas a empresas e instituições de elevada dimensão.
A regulação e controlo deste sistema deve realizar-se a nível internacional e supervisionado por instituições amplamente controladas e eleitas pelos eleitores respetivos.
Provavelmente, os banqueiros tradicionais nunca aceitarão a regulação do sistema financeiro/bancários suportados/ancorados – na atitude – pelos investidores imorais que tudo farão (pressão) para o evitar.
Provavelmente, os legisladores nunca farão leis que contrariem os grandes grupos financeiros a não ser que os eleitores a isso os obriguem.
No futuro, a sobrevivência da democracia e com isto responde-se à questão inicialmente colocada, passará pelo conhecimento aprofundado dos assuntos relacionados com os mercados financeiros pela generalidade da população eleitora e pela assunção imediata de programas de obras públicas que proporcionem a regeneração da atividade económica e concomitantemente permitam a sustentabilidade das famílias desempregadas.

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