segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A crise de opulência na China

Numa parte significativa dos últimos 30 anos pode afirmar-se que os dirigentes chineses conviveram muito mal com a pobreza no seu país.http://pt.wikipedia.org/wiki/Rep%C3%BAblica_Popular_da_China
Em 1979 Deng-Xiaoping declarou que o grande objetivo da China era criar uma sociedade moderadamente acomodada – daí a inevitabilidade do crescimento económico e consequentemente da acumulação de capital. De seguida teorizou-se a máxima um país/dois sistemas.
O crescimento económico a partir daí não mais parou tendo, recentemente, sofrido uma desaceleração - ainda assim atingiu níveis de crescimento da ordem dos 8%.
Contudo verificou-se que a desaceleração mencionada originou algumas dezenas de milhões de desempregados.
Nesta medida as bolsas de pobreza aumentaram e as políticas sociais de apoio não apareceram, tendo esta situação levado as autoridades chinesas, sobretudo depois dos acontecimentos de Tiananmen de 1989, a temerem o aparecimento dos distúrbios e das revoluções sociais.
A China dos tempos modernos é um país com fortes desigualdades sociais em detrimento de um passado em que se considerava ser, justamente, dos mais igualitários do planeta. Os níveis de desigualdades entre ricos e pobres são na atualidade superiores aos dos Estados Unidos.
A falta de proteção da maioria dos trabalhadores chineses suporta um dos pilares fundamentais do crescimento económico (mão-de-obra barata).
O Estado deixou de garantir pensões sociais, cuidados de saúde e educação aos seus cidadãos. Ao invés garante aos empresários, através dos bancos estatais, grandes quantidades de capitais a juros irrelevantes.
Esta última situação tem criado níveis de crescimento artificiais e movimentos financeiros especulativos sustentados em projetos inúteis – fabricas paralisadas, hotéis e edifícios municipalizados vazios.
Como consequência as manifestações (violentas) de massas passaram de 8.700 em 1993 para 180.000 em 2011.
Por tudo isto há quem hoje afirme e certamente com razão, que existe uma crise de opulência na China

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