sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Perspetivas a prazo (1)

A crise global que estamos a viver, sobretudo a partir de 2007, criou nos países ditos “avançados” um estado de espirito negativista acerca do futuro político e económico. Esta nova realidade tem a particularidade de afetar um arco social vasto que vai da direita moderada até à esquerda, incluindo a extrema-esquerda.
Durante os anos noventa a maioria da direita democrática e a social-democracia estavam de acordo que o estado de bem-estar - combinação de serviços sociais (saúde, educação e pensões) para todos – era o futuro para uma parte substancial da humanidade.
De um momento para o outro e por razões associadas ao fim da guerra fria e à crise atual, a opinião dos movimentos ideológicos ligados aos conservadores e à direita democrática mudou e passou a ver o estado de bem-estar como um entrave ao regular funcionamento dos sistemas políticos e económicos considerando-o, inclusive, não sustentável.
Nesta medida, colocou-se a questão de tentarmos saber porque razão, em tão curto espaço de tempo, as opiniões públicas conservadoras (incluindo os políticos), mudaram de opinião (?) i/é passaram de uma posição de otimismo para uma de pessimismo e simultaneamente reivindicaram o fim do estado de bem-estar.
De alguma forma a resposta está no fim da guerra fria e concomitantemente na necessidade de contrabalançar as políticas sociais desenvolvidas pelos países socialistas de leste.
Durante a guerra fria os governos capitalistas conservadores conheciam as políticas de leste e tiveram a esperteza de manter os seus próprios serviços sociais de apoio. O fim da guerra fria deixou de exigir tais requisitos – na prática passaram a ser serviços insustentáveis e facilmente elimináveis pelas políticas inerentes às medidas de austeridade.
Por outro lado, verifica-se que cada vez mais ocorrem, numa escala planetária, terramotos, tempestades, incêndios florestais, inundações e alterações climáticas relativamente às quais é necessário tomarem-se medidas urgentes com vista a evitá-las.
Esta situação é hoje do conhecimento de uma parte importante da opinião pública mundial, a qual tem vindo a assumir a necessidade de dar uma resposta adequada através de movimentos de cooperação internacional.

Chegados aqui interessa-nos tentar saber o que é necessário fazer durante as próximas décadas para superarmos os níveis elevados de pessimismo instalados nas diferentes opiniões públicas mundiais (?).

(contínua)

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