A
população Egípcia viveu recentemente um momento histórico aquando do debate
televisivo entre os dois principais candidatos a presidente do país – eleições previstas
para 23 e 24 de Maio próximo.
Debate
que reuniu à volta dos televisores milhões de egípcios e que durante quatro
horas permitiu aos dois candidatos debateram cara a cara as suas ideias e
programas políticos.
Este
frente a frente televisivo nunca tinha ocorrido no mundo árabe e nessa perspectiva
tornou-se num acontecimento de excepcional valor social e politico – os protagonista
foram dois famosos apresentadores televisivos e os candidatos – Amr Musa,
secretário da Liga Árabe e Abdel M. Abulfutú, este último um islamita moderado.
Ambos levavam óculos e vestiam fato e gravata, um tem 75 e o outro 60 anos. O primeiro apresentou-se como o candidato
da experiência, o segundo como o representante da revolução. O
debate teve momentos de alguma dureza, e o candidato (Musa) acusou o seu
oponente de inventar a história, nalgumas matérias estiveram de acordo, designadamente
quanto às matérias económicas, educação, saúde, reforma da polícia e Israel.
Quanto às Forças Armada, que são as forças que mais controlam a economia do
país, apelaram para que as mesmas se afastem da política. Finalmente e quanto ao
papel da lei islamita, de assinalar a existência de alguma divergência.
Curiosamente e sobre este último ponto, de assinalar que numa recente sondagem cerca
de 66% dos egípcios querem que o Islão desempenhe um maior papel na sociedade e
que o Corão inspire a elaboração das leis do país.
Para
a história vai ficar o facto de que em tantos anos de ditadura (30 anos), nunca
os egípcios tinham tido a oportunidade de disfrutar de um espectáculo tão
importante como este.
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