segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Zimbabué à beira de uma catástrofe

No Zimbabué – com uma população de 11.350 000 - já não existem cemitérios que cheguem para enterrar os mortos. Nos últimos anos este país da África-Austral tem sido fustigado por diversas catástrofes. Tornou-se numa pálida imagem do país exemplo que foi em outros tempos.

Para agravar a situação tudo se complicou, ainda mais, com o surto intensíssimo de cólera que se deflagrou no país e na região. Não obstante o presidente ditador Roberto Mugabe, no poder desde 1979, recusa-se a aceitar que o seu regime e em particular o seu despotismo seja a principal causa das calamidades.

Ao lado a África do Sul declara, e muito bem, zona de catástrofe a região fronteiriça com o Zimbabué.

Por outro lado a ONU, no seu último balanço efectuado, considerou que a surto de cólera tem avançado sem qualquer tipo de controlo por parte das autoridades sanitárias zimbabueanas. Desde Agosto último já morreram 800 pessoas tendo, até à presente data, sido declarados 15.700 casos possuidores da doença.

A cólera é uma doença muito perigosa a qual ou é detectada a tempo e a tempo são tomadas medidas de eliminação, ou então torna-se mortal muito rapidamente.
É uma doença com grande facilidade de contágio, por isso é importante ter água em quantidade e qualidade, por isso é importante ter um saneamento básico razoável, por isso é importante ter espírito de missão cívica.

Nada disto acontece no Zimbabué e nesta medida a situação é profundamente preocupante e angustiante. Por detrás de toda esta situação de negligência existe um regime incapaz, em que a sua imagem carismática é constituída pela violência e pela corrupção. Responsável por esse regime está um senhor sinistro chamado Mugabe.

Este senhor foi, então, considerado o herói da independência da antiga Rodésia e passados poucos anos ele continua como presidente e com ele o Zimbabué teve diversas recessões económicas. Tem uma taxa de desemprego que atingiu mais de 70% da sua população activa. Tem uma inflação que atingiu, imagine-se, os 31.000.0000%. Face a tudo isto as autoridades puseram, recentemente, em circulação notas de 100 milhões de dólares do Zimbabué.

A cólera é o último grande golpe, no entanto existe outra realidade muito complicada e preocupante que se chama sida. Segundo dados da UNICEF, um em cada cinco meninos é órfão em virtude da doença, fatal, contraída pelos seus progenitores.

A cólera nesta conformidade assume um papel trágico mas pontual, a sida é assim a grande prioridade pois ela acaba por matar muito mais gente cada ano que passa.

Face á realidade de não existirem mais cemitérios no Zimbabué, torna-se URGENTE que a comunidade internacional intervenha e que ao abrigo dos mais elementares valores humanos, como seja o direito à vida, imponha e estabeleça as condições mínimas de sobrevivência
.

Sem comentários: